sábado, 7 de maio de 2011

Oportunidade



   Em um texto de Clarice Lispector a escritora diz que as pessoas mais felizes não têm as melhores coisas, elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. Com isso lembrei de um provérbio chinês defendendo a idéia de que nem mesmo os deuses podem ajudar aqueles que não aproveitam as oportunidades.
   Seria então a oportunidade o ponto de partida?
   Vejamos...
   O que faz um corredor encontrar forças para continuar a corrida durante a competição extenuante?
   O que motiva estudantes em época de vestibular?
   O que encoraja um sertanejo a deixar a terra natal?
   O que camufla a fome da "top model magrela na passarela"?
   O que energiza bandas formadas em garagens?
   Há diversas variáveis... Tudo em nossa vida é a soma de algo. Mesmo quando odiamos matemática, física ou algo da família.
   Já comentamos sobre "necessidades" e sobre o "presente", assuntos onde a ordem do fator altera os resultados.
   Vivendo o presente possibilito o atendimento da necessidade atual, que para isso acontecer preciso ter "a tal da oportunidade". Dessa forma a oportunidade é o ínicio. Mais fácil do que a questão do ovo e da galinha. Não é mesmo?
   O grande problema é a organização das variáveis já citadas. Nem sempre estão em perfeita harmonia. Por isso devemos ser cautelosos.
   O passado não reconhece seu lugar e o futuro sempre quer ser o primeiro e isso pode mudar totalmente o valor das contas. Devemos ficar atentos e colocá-los em seus devidos lugares. O futuro bom é aquele construído com o passado vivido intensamente, com perdões dos erros e decepções, tendo como alicerce o nosso famoso "presente".
   A oportunidade quase sempre é discreta, serena, de estatura baixa, com andar apressado. Não grita o nosso nome, as vezes chama baixinho. Como é tímida somos nós que temos que perguntar, correr, puxar o braço dela. Ela gosta de atitude. E quem não gosta?
   O erro é que as pessoas que se acham grandes esperam grandes oportunidades e ficam apenas nisso. Esperam ... Esperam... Acabam na cadeira.
   Nós a tornamos grande, no dia-a-dia, com esforço, com simplicidade, com vontade, com sabedoria.  Não é preciso ter certeza de nada, Não há certezas.
   O que faz o atleta continuar, o aluno, o sertanejo, a modelo, a banda ... ?
   Ah! O ensejo.
   O que leva alguém fazer um convite para tomar um suco? O que leva alguém aceitar o convite?
   Oportunidade! Sensibilidade...
   "O meu... vai ser de manga, o dele: limonada, por favor... "

Novo Ano Novo

   
   O relógio marcava um minuto para a virada de 2011 e em pensamento orei baixinho.... Agradeci. 
   Após abraçar os meus pais e esperar que as comemorações serenassem pensei intensamente em uma palavra... Era momento de festa, esqueci qualquer outra necessidade, atendendo a atual: festejei.
   Os dias foram se passando, pensamentos e mais pensamentos também.  Os dias... Foram ficando curtos ou será que eu não o apreciava mais? Não, os dias realmente estão mais curtos.
   Ah! teve dias de choros, esses eu vou pular. Pulo para os dias em que estive bem acompanhada. 
Não tive muitos dias com meus amigos, o ano foi corrido. Quero que isso mude e como estamos no inicio já resgatei alguns contatos. Amigos são importantes quero chegar aos 40 rodeada deles.
   Os dias estão voando... Quando é o nosso desejo frente a um daqueles dias ruins ou frente aos dias bons. O fato é que eles passam.
   Não sei como será o dia de amanhã. Estou aprendendo a deixá-lo para depois. Conheço só o ontem e um pouco do hoje. É difícil com a nossa cabeça de seres pensantes como diria Descartes. Mas como já foi dito o tempo voa, ele segue adiante e temos que seguir juntos ou ficamos, nos atrasamos e vivemos somente o passado. Isso trago em minhas relações. Relação não deve possuir rótulos, nem acomodações, muito menos ser baseada em "passados"... A cada dia aprendo a viver e respeitar o tempo atual. Respeito, carinho involuntário que crio divido com a química crônica que sinto e sigo levando...
   Nunca nada que planejamos sai da forma que queríamos. Sendo assim, melhor a analise diária. Como em "Quem mexeu no meu queijo?" apenas cheiramos os nossos para não sermos surpreendidos com a falta de algum.  Ainda nesse livro podemos discutir o fato de não nos permitirmos mudanças. Somos seres acomodados, sabemos que podemos nos adaptar mas, não queremos correr riscos não é mesmo? Queremos é uma boa rede e deixar tudo da forma que está. Ah! Mudar dá tanto trabalho...
   Como ainda temos um ano inteiro pela frente... Vou tentar viver esse ano diferente. 
   Sigo com a dúvida do amanhã, mas isso já  não incomoda como antes. O hoje vai me ocupar. Eu sei que vai.
   Sigo Aprendendo à respeitar cada necessidade para não deixar lacunas para trás...
  Só por hoje... Só por hoje... Só por hoje...
 A primeira palavra de 2011 que preencheu meus pensamentos foi mudança... Simbora calçar os tênis de corrida meu bem...


Ariana Araujo

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Necessidades...

      Final da tarde, mormaço com chuva, dia extenuante após um bom jogo e tudo o que deseja é chegar em casa, tomar um banho, botar a velha roupa preferida, atirar-se no sofá e ter os cachorros deitados na sala. Falta pouco, você está abrindo a porta, ascendeu a luz, passou pela cozinha e vai em direção ao quarto. Na parede de vidro há algo...
     Se não me engano foi Freud quem disse que não se deve esperar toda a satisfação de uma unica fonte. Os riscos são altíssimos.
     Pois bem. Todos sentem necessidade de algo e esta necessidade geralmente é satisfeita quando encontramos o "tal objeto" desejado. O que procuramos? A resposta não é fácil,  cada um escolhe a que lhe cai melhor. Talvez para alguns seja se alimentar, saciar a sede (necessidades fisiológicas e instantâneas), quanto para outros seja um bom emprego, um casamento sucedido, ter filhos, cobertura com três ou quatro suites ou ter a água caindo sob o solo árduo e seco da terra natal (necessidades psíquicas, envolvidas com fatores pessoais e fatores sociais).
     Percebemos assim, que há graus diferentes de necessidades. As necessidades de origem fisiológicas são simples, recebemos um estímulo qualquer externo, nossos receptores são ativados e inconscientemente transmitimos para o nosso sistema nervoso central e ele gera todo o comando. Quando são internos o processo é o contrario, os estímulos do cérebro são enviados para a periferia. As necessidades de origem psíquicas possuem o mesmo mecanismo perceptivo, porém, sofrem estímulos maiores de determinadas áreas do cérebro. 
    O fato é que sentimos necessidades e ponto. E o mais importante é saber que só podemos atende-las individualmente. Existe uma ordem a ser seguida...   
    Entendemos assim, a seleção que o individuo faz do que lhe é de interesse em um determinado momento. O que lhe apresentará com mais energia, viço e clareza, poderá ser titulado como figura, por outro lado o que lhe evidenciar como pouco interessante, informe e ilimitado em relação a figura será tido como plano de fundo.
    Vejamos um exemplo pratico. Um pessoa sentindo muita fome visualizará o alimento em pensamento, podendo quase degustá-lo, avigorando o seu desejo. Ela não lembrará nesse exato momento de um bom beijo ou de uma insossa transa. Mais tarde, aos pouquinhos, após saciar seu grande apetite, poderá deixar o alimento sob a mesa, agora já satisfeita. Vagarosamente... Só agora, poderá lembrar do primeiro ou do ultimo beijo de forma investigante, decente ou não. Caracterizando-o com a mesma intensidade que desejou o alimento. Porque o primeiro já torno-se plano de fundo e a figura atual é o "tal do beijo". E assim segue o ciclo das necessidades, ora figura, ora plano de fundo. 
    Desse modo, torna-se patente o interesse não apenas em atender nossas necessidades, mas também em entende-las. Ressaltando a necessidade da organização interna. "Devemos para e pensar: O que é figura agora?".
    Não se deve pular etapas ou o desejo é disperso e não alcançamos a satisfação.  
    O que te satisfaz nesse momento? Não espero resposta, se tiver guarde-a. 
   Se sentir fome, vá e se lambuze, guarde o beijo para depois. Mas se o desejo for o contrário, deixemos para depois o frango empanado, porque este não terá sentido se não tiver antes "o tal do beijo".
    Volte para a cozinha e agora leia a frase escrita na parede de vidro antes de atirar-se no sofá . Há algo escrito nela: "Você tem sede de quê? Você tem fome de quê? 


    Ariana Araújo

domingo, 3 de outubro de 2010

"Quanto mais conheço os homens, mais estimo os animais"

Conheci esse vídeo alguns anos atrás, nunca mais esqueci. Fica para vocês... 

"Se quiser aprender a amar, comece com os animais ... eles são mais sensíveis" Gurdjief                                                                                                                                      





sábado, 24 de julho de 2010

sapatos retrô


Sejamos francas...
Pouquíssimas mulheres aguentam um salto agulha todos os dias e não precisamos ser ortopedistas ou fisioterapeutas para identificarmos os danos desse hábito... 
Não há pé que aguente! Até a Mulher Maravilha prefere botinhas confortáveis não é mesmo? 
O salto alto sem dúvida é símbolo de elegância entre as mulheres e um dos fetiches masculinos mais comum. Concordo, porém, não é preciso ficar "lá nas alturas" para estar linda. Pra quem curte um ar retrô há diversos modelos descolados e fofos. A grande maioria possuem saltos médios e baixos pra lá de confortáveis....
Há diversos modelos super graciosos por aí.  Os preços variam de R$120,00 à R$300,00.
Simbora fazer a alegria de seus pés...





Selo de Qualidade





    Suzana Izuno








Onde encontrar:
Marca Selo de Qualidade
Loja Castilho :Rua Augusta, 2490, loja 2 - Jardins. (11) 3085-8035
Loja Santalu : Rua dos Pinheiros,327 - Pinheiros.(11) 3081-2329
Loja Cas: Rua Fidalga, 317 - Vila Madalena. (11) 3032-8455


Modelos mais em conta:
J.Gean:  Em diversas lojas da capital. (11)8245-8850 
Suzana Izuno: Todos os domingos no Shopping Center 3 , av Paulista, 1064, das 10 às 21 horas. (11) 9102-7434 
Daniela Sulian: Rua Canário, 1360 - Moema. (11)5535-2638
BrazooRua General Jardim, 633 sl. 53 - Santa Cecília. (11) 3257-2194
Brazoo Loja Shopping Frei CanecaRua Frei Caneca, 569 - 1º piso - Consolação.(11) 3472-2239
ThadivaRua Humberto I, 1031 - Vila Mariana. (11) 5539-5880
2a a 6a - 10:00 às 20:00h / Sábados - 10:00h às 16:00h
Na praça Benedito Calixto, nº 85 : Sábados - 10:00h às 19:00
Maria Faceira: Rua Aspicuelta, 216 - Vila Madalena. (11) 3926-0789

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Lição de casa...



"Todos os dias devíamos ouvir um pouco de música, 
ler uma boa poesia, 
ver um quadro bonito 
e se possível, dizer algumas palavras sensatas " 

quinta-feira, 22 de julho de 2010

"Eu desço dessa solidão espalho coisas..."



Chão de Giz  (composição Zé Ramalho)
Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre
Um Chão de Giz
Há meros devaneios tolos
A me torturar
Fotografias recortadas
Em jornais de folhas
Amiúde!
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes...
Disparo balas de canhão
É inútil, pois existe
Um grão-vizir
Há tantas violetas velhas
Sem um colibri
Queria usar quem sabe
Uma camisa de força
Ou de vênus
Mas não vou gozar de nós
Apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom...
Agora pego
Um caminhão na lona
Vou a nocaute outra vez
Prá sempre fui acorrentado
No seu calcanhar
Meus vinte anos de "boy"
That's over, baby!
Freud explica...
Não vou me sujar
Fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes
Já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo
É assunto popular...
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais!...
Essa letra possui uma diversidade de interpretações...  Perdemo-nos por entre ela...
Um chão riscado de giz é fácil de ser apagado não é mesmo? Porém, ao decorrer da letra nos deparamos com uma imensidão de significados paradoxais...
Algumas análises afirmam que a letra é o retrato da vida do autor na fase que consumia cocaína, época de Frevo Mulher hit há 30 anos.
Vejamos algumas observações retiradas do site de análise de letras.

Riscar com  giz  representaria a carreira de pó. Uma pessoa viciada não se contém com apenas um cigarro e para quem está deixando o vício esse consumo poderá sujá-lo em períodos de recuperação ou colocar tudo a perder. O cantor também gozou de momentos de farra por isso a frase:" Quanto ao pano dos confetes já passou meu carnaval” . Briga contra o vício e diz que está indo embora...

Um oceano de opiniões...

Outras pessoas dizem que o  cantor em sua juventude teve  um caso duradouro com uma mulher casada, bem mais velha, da alta sociedade, ambos se conheceram no carnaval. Ele a amou de forma exagerada e daí surgiu a inspiração. Ela não o levava a sério e buscava apenas prazer, popularmente dizendo só queria sexo. O caso foi chegando ao fim e no período de ausência e sofrimento, compôs a letra. O chão de giz  indicaria facilidade de apagar algo,  olha o paradoxo citado inicialmente. Devaneios, viagens, as lembranças da amada o torturavam. Tinha o hábito de recortar e admirar fotos que saiam nos jornais - lembrem-se, ela era da alta sociedade, sempre estava nas colunas sociais. Pano de guardar confetes são aqueles balaios ou sacos típico das costureiras do nordeste, onde elas jogam restos de pano, papel, etc. Ele tenta amá-la, mas é inútil, como se expressa no trecho “Disparo balas de canhão, é inútil pois existe um grão vizir”. Violetas velhas seria a mulher e ele seria o colibri (jovem pássaro que admira a flor). Por fim ele resolve ir embora, após constatar que é inútil tentar. Vai novamente “à lona” - expressão que significa ir a nocaute no boxe, mas que também significa a lona do caminhão com o qual ele segue adiante.

Depois de tantas análises, deixemos as interpretações de lado ou se um dia encontrarmos com o Zé podemos perguntar pessoalmente (rs).
O gostoso é sentir, se perder entre a música, viajar... A imaginação de um poeta nem "Freud!" explica.

Saiba mais da letra no site museu da canção e vale a pena ler também a entrevista de Zé dada à revista Rooling Stone.